Hoje será tratado um tema que causa bastante polêmica e, por que não dizer, medo. Muitos medicamentos que tem suas patentes autorizadas são lançados no mercado sem serem feitos os testes necessários que comprovem que sua eficácia superam seus efeitos colaterais. No decorrer do texto vocês verão alguns exemplos de drogas que tinham efeitos terríveis, mas que permaneceram no mercado durante algum tempo. E fica uma pergunta, será que estamos livres desses medicamentos que fazem tão mal?
Quando um medicamento causa efeitos colaterais, esta informação muitas vezes não é exposta durante anos, o que permite à indústria farmacêutica continuar ganhando muito dinheiro.
O Food and Drug Administration (FDA) [órgão governamental dos EUA para alimentos e medicamentos] e a indústria farmacêutica argumentam que os efeitos colaterais perigosos em uma droga só aparecem quando é usada por milhões de pessoas – e não no grupo relativamente pequeno de pessoas que fazem testes clínicos. Mas existe outra razão pela qual os consumidores acabam sendo cobaias. Os remédios são levados apressadamente ao mercado, após um período muito curto (de apenas seis meses) para que a indústria possa começar a ganhar dinheiro, enquanto a segurança ainda está sendo determinada.
Tanto a droga para os ossos Fosamax, repleta de riscos, quanto a analgésica Vioxx, ambas da indústria Merck, foram ao mercado após seis meses de revisão. No caso da Vioxx, isso ocorreu porque “o medicamento potencialmente provia uma vantagem terapêutica sinificativa sobre outras drogas já aprovadas”, disse a FDA.
Nesse sentido, o ano de 2004, quando foram divulgados os resultados de um estudo sobre o uso do medicamento Vioxx na prevenção de recorrência de pólipos pré-cancerosos do intestino, foi bastante ilustrativo. Comandado pelo próprio fabricante, o grupo farmacêutico Merck & Co., a pesquisa mostrou que o analgésico dobrava os riscos de acidente cardíaco depois de pelo menos 18 meses de tratamento. Pesquisa realizada no final daquele ano apontou que quase metade (48%) dos adultos nos Estados Unidos e mais de três quartos (78%) dos usuários de Vioxx estavam seguindo de perto a cobertura da imprensa sobre a retirada voluntária do medicamento do mercado (THE WALL STREET JOURNAL, 2004). A notícia, além de abalar a reputação da indústria farmacêutica, da agência norteamericana Food and Drug Administration e de deixar órfãos do medicamento milhares de pacientes, mudou, ao menos momentaneamente, os rumos do jornalismo científico em saúde: os jornalistas passaram a questionar a ética dos fabricantes de medicamentos e das pesquisas acadêmicas (KRUMHOLZ, 2007), assim como o hábito da “consumização da saúde”. No ano seguinte, a polêmica envolvendo o medicamento pautou uma série de matérias na imprensa em relação a esses aspectos.

Abaixo, algumas drogas cujos riscos não impediram que seus fabricantes fossem autorizados a colocá-las a venda e exercer seu “valor de patente”.
1. Singulair
Você imaginaria que a Merck aprendesse, após os problemas com Vioxx e a Fosamax, que marketing agressivo pode esconder apenas por algum tempo os riscos emergentes das drogas. Mas não. Para vender o Singulair, sua droga contra asma e alergias para crianças, a indústria fez uma parceria com Peter Vanderkaay, o nadador medalha de ouro nas Olimpíadas, com acadêmicos e com a Academia Norte-americana de Pediatras – mesmo após a FDA advetir sobre os “eventos neuropsiquiátricos” do medicamento, incluindo agitação, agressão, pesadelos, depressão, insônia e pensamentos suicidas.
Enquanto a Merck fazia a propaganda do Singulair (que vem em fórmula mastigável e com gosto de cereja), com slogans como “Singulair é feito pensando nas crianças”, a Fox TV e mais de 200 pais relataram, no site askapatient que suas crianças, ao tomar o remédio, exibiam humor alterado, depressão e déficit de atenção (ADHD), hiperquinesia e sintomas suicidas. Cody Miller, um garoto de 15 anos de Queensbury, Nova York, tirou sua própria vida dias após tomar o medicamento, em 2008. Ainda assim, o Singulair arrecadou 5 bilhões de dólares para a empresa, em 2010. Após sua patente expirar, em 2012, a Administração de Bens Terapêuticos da Austrália (equivalente à FDA ou à Anvisa) reportou 58 casos de eventos psiquiátricos adversos em crianças e adolescentes, primariamente pensamentos suicidas. Quem sabia?
2. Zyprexa
Como vender uma droga que provoca ganho de peso de cerca de 10kg, em 30% dos pacientes, chegando até 45kg, em alguns? Enterrando seus riscos. O antipsicóticoZyprexa era a nova aposta da Eli Lilly, depois de seu antidepressivo campeão de vendas Prozac – mesmo que o laboratório soubesse, já em 1995, de acordo com o New York Times, que a droga está ligada a um ganho de peso incontrolável e até diabetes. Os efeitos colaterais do Zyprexa de “ganho de peso e possível hiperglicemia fazem um grande mal ao sucesso de longo prazo desta molécula criticamente importante”, havia escrito Alan Breier, da Lilly, segundo documentos obetidos pelo jornal. Mais tarde Alan tornou-se médico-chefe da empresa.
Mesmo após a Lilly ter pagado multas, após acusada de ocultar informações sobre a relação entre a droga e altos níveis de açúcar no sangue ou diabetes (e de ter comercializado ilegalmente a droga para pacientes com demência), o Zyprexa rendeu 5 bilhões de dólares em 2010, acima até do Prozac.
3. Seroquel
O antipsicótico Seroquel, produzido pelo laboratório AstraZeneca, do Reino Unido, tornou-se um dos medicamentos mais vendidos nos EUA, arrecadando mais de 5 bilhões de dólares em 2010, apesar de seus riscos, frequentemente relatados. O remédio foi comercializado tão vastamente para crianças pobres que, em 2007, o Departamento de Justiça para a Juventude da Florida comprou duas vezes mais Seroquel que Advil. Sua elevada aquisição no serviço militar, para usos não aprovados — como para estumular o sono e para distúrbio de estresse pós-traumático (PTSD) — também foi espantosa. Relatos de mortes repentinas de veteranos que utilizavam a droga emergiram quando as compras do Seroquel pelo Departamento de Defesa dos EUA cresceram 700%.
Poucos meses após a aprovação da Seroquel, em 1997, um artigo no Jornal de Medicina de Dakota do Sul já levantava questões sobre a interação perigosa da droga com outros onze medicamentos. Passados três anos, pesquisadores da Cleveland Clinic questionavam o efeito da Seroquel na atividade elétrica do coração. Mas mesmo quando as famílias de veteranos falecidos prestaram testemunhos em audiências no FDA, em 2009, e exigiram respostas de dirigentes e legisladores, o órgão protegeu a empresa. Depois, em 2011, com pouco alarde, o FDA emitiu novos avisos que confirmavam as notícias devastadoras: tanto o Seroquel quanto sua versão estendida, que fora lançada, “deveriam ser evitados” na combinação com pelo menos outros 12 remédios. A droga também deveria ser evitada pelos idosos e pessoas com doenças cardíacas, por causa de seus claros riscos ao coração.

4. Levaquin
Os antibióticos à base de fluoroquinolona estão entre os mais vendidos. O Levaquin, da Johnson & Johnson, igualmente baseado em fluoroquinolona, foi o antibiótico mais ventido nos EUA em 2010, com receitas acima de US$1 bilhão por ano — mas agora é tema de milhares de processos. Em 2012, um ano após a patente do Levaquin expirar, uma enxurrada de efeitos colaterais começou a emergir, sobre este medicamento e toda a classe de fluoroquinolonas, lançando dúvidas sobre sua segurança. A revista da Associação Médica Norte-Americana relatou que, de 4.384 pacientes diagnosticados com descolamento de retina, 445 (10%) foram expostos a fluoroquinolone no ano anterior ao diagnóstico. A Revista de Medicina da Nova Inglaterra relatou no mesmo ano que o Levaquin estava ligado a um risco crescente de morte cardiovascular, especialmente morte súbita por distúrbios no ritmo cardíaco.
Embora a FDA tenha alertado sobre as rupturas de tendão — especialmente os tendões de Aquiles — provocadas por fluoroquinolonas em 2008, e adicionado uma tarja preta de advertência na embalagem, novos avisos graves foram feitos dois anos após o fim da patente do Levaquin. Em 2013, a FDA advertiu sobre o “efeito colateral sério de neuropatia periférica” — um tipo de dano nos nervos no qual as vias sensoriais são prejudicadas — nas fluoroquinolonas. Neuropatias periféricas causadas por esta classe de antibióticos podem “ocorrer logo após a administração destas drogas, e podem ser permanentes”, alertou a ageência. Fluoroquinolonas também estão ligadas ao Clostridiumdifficile, também chamado de C. Diff, um micróbio intestinal sério e potencialmente mortífero.
5. Topamax
Antes de sua patente expirar, em 2009, a droga Topamax deu à Johnson & Johnson um bilhão de dólares por ano, e foram mais US$ 538 milhões depois disso. Um ano antes de cair a patente do Topamax, a FDA alertou que ela e outras drogas estão correlacionadas com suicídios, e pediu a seus fabricantes para adicionar avisos na caixa. Quatro pacientes usuários da droga mataram-se, contra nenhum sob placebo, declarou a FDA após rever os testes clínicos. Já em 2011, o órgão anunciou que o Topamax pode causar defeitos de nascimento nos lábios, nos bebês de mães que ingerem a droga.
6. Oxycontin
O Oxycontin, do laboratório Purdue Pharma, é a avó de drogas que geram muito dinheiro, apesar de seus efeitos colaterais letais. Junto de outros opióides, ele causou o número assutador de 17 mil mortes no ano passado — quatro vezes mais que em 2003. “O aumento [no uso] foi alimentado em parte por médicos e organizações de defesa de analgésicos, que recebiam dinheiro de empresas e faziam alegações enganosas sobre a segurança e a efetividade de opióides — inclusive afirmando que o vício é raro”, relatou o Journal Sentinel. A Sociedade de Geriatras Norte-Americanos usou pesquisadores ligados à indústria farmacêutica para reescrever guias clínicos em 2009, diz a publicação. Após reescritos, eles especificavam opióides para todos os pacientes com dor moderada a severa.
Devido a sua fórmula, que lhe permite agir por um longo período, pensou-se que o Oxycontin teria toxidade e potencial de provocar dependência reduzidos – ao menos até seus efeitos tornarem-no mais popular que a cocaína nas ruas (todos os 80mg de pílulas podíam ser tomados de uma vez). Em 2010, respondendo aos vícios, overdoses e mortes associadas à droga, a Purdue Pharma desenvolvou um Oxycontin inviolável, e, dois anos depois, passou a pressionar por leis que exigissem inviolabilidade de todos os opiácios. A empresa garantiu que sua maior preocupação era a saúde pública, mas muitos se perguntaram sobre o porquê desta preocupação só se revelar às vésperas do fim da patente da droga, em 2013.
http://outraspalavras.net/posts/industria-farmaceutica-mentiras-e-muito-dinheiro/
http://qga.com.br/ciencia/medicina/2014/04/o-poder-da-industria-farmaceutica-e-nossa-saude-em-risco
http://outraspalavras.net/posts/industria-farmaceutica-mentiras-e-muito-dinheiro/
http://qga.com.br/ciencia/medicina/2014/04/o-poder-da-industria-farmaceutica-e-nossa-saude-em-risco
Todo medicamento que vai ser lançado no mercado passa por diversas etapas de pesquisa e testes até ser aprovado pelo órgão competente do país de origem do fabricante. Nos EUA, por exemplo, quem regulamenta e autoriza a venda de produtos farmacêuticos é o FDA (Food and Drugs Administration) e no Brasil é o próprio Ministério da Saúde. O processo de regulamentação de um medicamento é longo, rigoroso e custa muito caro para as empresas da indústria farmacêutica. Ele deve cumprir diversas etapas, desde as que antecedem seu uso por seres humanos até o acompanhamento após o lançamento do medicamento, e que comprovem que aquele produto não incorrerá em reações prejudiciais à vida das pessoas. Este processo é chamado genericamente de Ensaio Clínico.
ResponderExcluirParticipam dos Ensaios Clínicos: a Indústria Farmacêutica, Universidades, Centros de Pesquisa, Laboratórios de Análises Clínicas, médicos e voluntários, entre outros. As entidades envolvidas na pesquisa passam por auditorias dos órgãos responsáveis pela autorização de uso do produto, que checam seus processos de produção e qualidade. O problema disso tudo foi bem explanado no texto: esse processo todo não é feito muitas vezes, e na maioria das vezes é feito de maneira incompleta, colocando em risco a população em geral!
http://www.boasaude.com.br/artigos-de-saude/3773/-1/ensaios-clinicos-o-processo-de-aprovacao-e-regulamentacao-dos-medicamentos.html
É preocupante esse cenário, que ainda é comum, de comercialização de medicamentos de qualidade duvidosa. Como as indústrias farmacêuticas estão priorizando seu lucro, a preocupação com a ‘’real qualidade’’ do medicamento muitas vezes é deixada de lado, podendo causar uma série de complicações para as pessoas que os consomem, onde estas acabam se tornando ‘’cobaias’’ de medicamentos que são levados de forma rápida ao mercado, sem um teste efetivo que comprove sua qualidade. Além disso, muitos medicamentos que no Brasil são permitidos são proibidos no exterior. A reportagem que segue no link abaixo, mostra claramente essa situação: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/5-remedios-proibidos-la-fora-e-comercializados-no-brasil#3. Para um remédio chegar às prateleiras das farmácias aqui no Brasil, ele passa por uma bateria de testes por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. Cada país tem uma instituição semelhante. Nos Estados Unidos, a aprovação de novas drogas fica por conta da FDA (Food and Drug Administration). Para que um remédio possa ser vendido, as farmacêuticas entram com processos independentes em cada país, gerando por vezes avaliações diferentes. Um medicamento proibido lá fora pode ser aprovado aqui, e vice-versa. O problema é que isso gera temores nos pacientes. A Anvisa reconhece que podem haver situações controversas, mas defende que a fiscalização ocorre de maneira eficaz no Brasil. Em casos de alertas no exterior (mortes ligadas a um remédio ou proibição dele em outros países), por exemplo, a agência pode retomar as análises e fazer novos testes.
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ResponderExcluirO post apresentou interessantes exemplos do poder da indústria farmacêutico. Muitas vezes, medicamentos têm o mesmo potencial de ação de um placebo, apresentaram resultados desfavoráveis que foram escondidos, ou apenas os melhores resultado são levados em consideração.
ResponderExcluirDado que os pesquisadores são livres de ocultar os resultados que quiserem, os pacientes ficam expostos a uma cadeia espantosa de riscos no conjunto da medicina. Os médicos podem não ter nem ideia dos verdadeiros efeitos dos tratamentos que prescrevem. Esta droga funciona realmente melhor, ou simplesmente esconderam-me metade dos dados? Ninguém o pode dizer. Vale a pena o dinheiro deste medicamento tão caro, ou simplesmente os dados têm sido manipulados? Ninguém o pode dizer. Este medicamento matará os pacientes? Há alguma evidência de que é perigoso? Ninguém o pode dizer. Esta é uma situação estranha que se propõe em medicina, uma disciplina na qual se supõe que tudo é baseado em evidências.
E este dado está retido por todo mundo da medicina, de acima a abaixo. O NICE, por exemplo, é o Instituto Nacional para a Saúde e a Excelência Clínica, criado pelo governo britânico para levar a cabo resumos cuidadosos e imparciais de todas as provas sobre os novos tratamentos. Não é capaz nem de identificar nem de aceder aos dados sobre a eficiência de um medicamento que foram retidos pelos investigadores ou pelas empresas: o NICE não tem mais direito legal a esses dados que qualquer cidadão, apesar de tomar decisões a respeito da eficiência e o custo-eficiência, em nome do Sistema Nacional de Saúde, para milhões de pessoas.
FONTE
http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/como-a-industria-farmaceutica-manipula-testes-de-medicamentos/
O blog foi muito interessante na medida em que trabalhou o tema das indústrias farmacêuticas, destacando como as mesmas se utilizam de medicamentos ainda não devidamente testados para obter lucro. Interessante (e assustador) perceber como o Capitalismo e o ganho desmedido, são tão primordiais para as indústrias farmacêuticas, a ponto das mesmas colocarem à venda, medicamentos cujo risco ainda não é totalmente conhecido, fazendo dos milhões que o adquirem, meras cobaias de laboratório. Além das drogas citadas na postagem, existem muitas outras, como é o caso dos anoxerígenos, que foram proibidos pela ANVISA (Agência Nacional de VigilânciaSanitária), órgão do Ministério da Saúde, por um motivo que não está relacionado ao registro de pessoas que usaram e emagreceram, mas sim, com as muitas doenças que o mesmo pode ocasionar, como diabetes, de ordem cardiovascular, hipertensão, constipação intestinal, depressão, hipertensão pulmonar primária, derrame, distúrbios psicóticos, irritabilidade, insônia, cefaléia. Além disso, pode haver desequilíbrios químicos cerebrais que impedem a sinalização na hora de parar de comer, e que podem ser hereditários. Como disse o dr. Geraldo Medeiros em uma das suas entrevistas à imprensa, não existe remédios sem efeitos colaterais e cabe a cada um ficar atento que não são somente os remédios para obesidades que deveriam ser banidos, existem tantos outros perigosos e tão corriqueiros na farmácia doméstica como os antibióticos, anti-inflamatórios, betabloqueadores, etc. e são perigosíssimos todos aqueles à base de cortisona. Temos 16 milhões de obesos no nosso país e se a ANVISA não atentar para os alimentos industrializados, em menos de 10 anos teremos o dobro de obesos. Tal situação poderia ser resolvida com mais presença de governo em via de tentar controlar a indústria alimentícia e proibir alimentos muito danosos ao corpo. Tal medida de controle também deve ser aplicada ao medicamentos, que, como foi visto no blog, e o citado neste comentário, acabam causando danos e mortes, devido à cobiça desenfreada das indústrias farmacêuticas.
ResponderExcluirReferências:
http://www.saudeintegral.com/artigos/remedios-proibidos.html
Isso é amedrontador, mas é a realidade do mundo capitalista. Esse tema também é complexo, porque por mais que seja feito todos os testes, as drogas ainda são, para uma pequena parcela de pessoas, um risco. A indústria e as autoridades trabalham com dados estatísticos, em detrimento de uma ou duas famílias desfeitas por ação adversa de uma droga. É uma questão de risco-benefício. Por exemplo, se um remédio causar 1 morte a cada 100 milhões de usuários, é uma droga comercializável sem restrições, pois, nesse caso olha-se para o benefício da maioria dos pacientes. Pelo menos essa é uma fachada ideologicamente palatável. Na palestra do Dr. Celmo Celeno Porto, aqui em Teresina, disse que o ideal seria que toda prescrição fosse feita baseada no genoma do indivíduo, e que todos os medicamentos trouxessem a indicação de compatibilidade genética. Aí teríamos medicamentos mais seguros. Mais seguros, e não 100% seguros. Isso já é realidade para os abastados dos EUA.
ResponderExcluirÉ aterrorizante saber que milhares de pessoas são prejudicadas e sofrem até problemas irreversíveis com a irresponsabilidade das indústrias farmacêuticas e sua busca por lucro. Um exemplo que pode ser acrescentado é o da talidomida: "A Talidomida é um medicamento perigoso, responsável pela deformação de fetos. A droga foi desenvolvida em um laboratório alemão e lançada no mercado consumidor no final da década de 50. Considerada como calmante e ansiolítico, a Talidomida foi largamente usada por gestantes para controlar as constantes náuseas e a tensão, típicas dos primeiros meses de gravidez. No entanto, o alívio que se tinha no princípio transformava-se em desespero e angústia alguns meses depois. Ao longo dos anos 60, muitos bebês nasceram deformados, sem braços ou pernas, com deficiências na estrutura vertebral, cegos ou surdos. Descobriu-se, algum tempo depois, que essas conseqüências eram provocadas pela Talidomida. A droga fora lançada no mercado sem, ao menos, ter sido submetida aos devidos testes de laboratório"
ResponderExcluirFonte: https://abvt.wordpress.com/o-que-e-a-talidomida/
A postagem apresenta mais um aspecto preocupante a respeito da indústria farmacêutica: a aprovação de remédios sem o devido tempo de teste e asseguração da inexistência de efeitos exageradamente prejudiciais à saúde. Se torna claro que o capitalismo e a sua exigência pelo lucro constante e o mais rápido possível também agem sobre a indústria farmacêutica. Nesse âmbito, também há uma pressão pelo aproveitamento de todo o tempo disponível e a exigência de resultados imediatos. Assim, sem se preocupar com os possíveis resultados de medicamentos aos pacientes, a indústria testa por brevíssimo período de tempo drogas que deveriam ser testadas excessivamente e os resultados são dramáticos. A droga Singulair, que causou pensamentos suicidas em crianças e adolescentes; a Zyprexxa, com o ganho de peso e a hiperglicemia; a Seroquel, com os riscos ao coração; são apenas alguns do exemplos citados e não serão as ultimas drogas a serem lançadas apressadamente e causa danos à população. As chances são que nesse momento existam drogas prejudiciais como essas no mercado. É necessário, portanto, o estabelecimento de um prazo minimo para teste de medicamentos, antes de serem liberados para comercialização.
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